quinta-feira, 24 de abril de 2014

Marionete (Efigenia Coutinho & Heitor de Pedra Azul)


MARIONETE
Efigênia Coutinho

Todas estas cordas que me ligam,
Ao corpo com alma, a respirar,
Deseja liberdade para sonhar,
Não importa o que os outros digam,
Quero estar livre sem sujeição,
Na dança Futurecida, ser a canção.
Da vontade de viver, seguir sua emoção.


Se eu movo-me quando você murmura,
E nunca tenho a minha razão ...
Venho sendo marionete em suas mãos,
Sentindo-me presa num cativeiro.
Não estamos sendo humanos na ventura.
Pois para viver, precisamos do coração
Cheio de sentimento alvissareiro.


Ao lacre , sagrei solene eterninade.
Em minha arte poética na Futuridade,
Moldando minha alma a esperar.
Mas quando o nosso tempo chegar,
Será quebrada a tal sonhada felicidade.
O prescrito se realizará além, finalmente.
A você… eu importei verdadeiramente!


Em todos os tempos de vida eu o exaltei
Com eloquência arrebatadora, eu o apoiei,
Na sua busca incontida de emoção,
Estancar feridas vivenciadas eu o ajudei.
Mas, no momento em que nós morremos,
Para a vida a nossa arte deixaremos
E saberão que você teve um coração!...

Balneário Camboriú



MARIONETE
Heitor de Pedra Azul

As cordas, que prendem os marionetes,
Tais caminhos do sangue até o coração,
São veias que servem aos poetas
Nas estradas tortuosas da razão.

São continuos tuneis obscuros,
Onde a clarividência da vida anuncia
Veras historias além de quaisquer muros,
Que ultrapassam o lumiar dos nossos dias.

... é o marionete locutor de leis do mundo.
Um traste imundo manejado por sistemas,
Reviravoltas que se impõe a alguns poemas.

Pensando bem... é um poço não profundo,
Sem sutilezas, sem bordas, ou sem fundo...
Um vivo-morto mal perdido em teoremas.

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