terça-feira, 22 de abril de 2014

Boa tarde (Efigenia Coutinho e António Barroso)



BOA TARDE
Efigenia Coutinho


Duma tarde ciumenta,
Remexo os pensamentos.
Da vida, alguma tormenta,
Esqueço os ais e lamentos.


Ao céu quero a liberdade,
Elevo minha alma que almeja:
Ao corpo, toda sensualidade
Do calor da boca que me beija.


Na guarida do teu regaço,
Quero ser tua purpurina.
Vem com teu quente abraço,
Em teu leito serei tua sina.


O corpo enamorado de beijos
Num Amor sem preconceitos.
Êxtase, paixão e desejos...
Clímax e luxuria liquefeitos!...


Neste abraço de afetividade
Ínsita-se toda nossa emoção.
Insígnias de amorosidade,
Entrega ao rito com sofreguidão.


Balneário Camboriú
Outubro 2010


Boa tarde
António Barroso (Tiago)


Boa tarde, minha amada,
mas tão tarde que chegaste,
que minha alma, angustiada,
pergunta por onde andaste.


Vieste p'ra casa, eu sei,
mas foi tão devagarinho
que, por momentos, pensei
não te lembrares do caminho.


Agora, amor, estás comigo,
e desde que ouvi teus passos,
achaste porto de abrigo
aninhada nos meus braços.


Passo a mão p'lo teu cabelo,
depois beijo o teu sorriso,
e, por fim, com tal desvelo,
julgo estar no paraíso.


Ao chegar o anoitecer,
procuraste o nosso leito,
suspiraste de prazer
com minha mão no teu peito.


Quero que, nesta euforia,
pare o tempo, pare a hora,
para não dizer "Bom dia"
porque tu te vais embora.


Mas quando isso suceder,
que esta imagem se guarde
p'ra que eu te possa dizer:
- minha amada, "Boa Tarde".


Parede Portugal  (18-10-2010).

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