quarta-feira, 23 de abril de 2014

Marias!... (Efigenia Coutinho e Humberto Poeta)


Marias!...

Maria! Maria menina,
Transforma-se na surdina,
Em Maria mãe, mulher...
Desfolhando o bem-me-quer,
Vai Maria, a amante,
No seu dengo a deslumbrar,
Regendo o seu instante
Vai ao mundo encantar!

Marias! Num lacre de emoção
E a Inteligência usando,
Com sua sagaz compleição,
Suas marcas vão deixando.
E em suaves melodias
Numa impar magnificência,
Transbordam as mães Marias
Iluminando a existência,

Marias? Menina? Mãe? Mulher?
Companheira? Amiga? Amante?
Apenas Maria.
Que faz de cada instante,
Obrando com sua destreza,
Seu reino de mágica supremacia
Para mostrar sua realeza,
Que o universo reverencia!

Efigênia Coutinho
MENINA MARIA...
Humberto - Poeta

A ti, menina Maria,
que desperdiças teu dia
nos becos frios das ruas...
Quem te maltratou assim,
que tão cedo pôs um fim
nas vãs esperanças tuas?


Que é feito daqueles sonhos
de teres dias risonhos
com teu Príncipe Encantado?
Vai pra casa enquanto é tempo,
tira de ti o contratempo
de viver para o pecado!

És moça e sadia ainda,
mas já velha e não tão linda
verás da vida os poréns...
Não mais terás quem te afague,
nem alguém que por ti pague
a esmola de dez vinténs!

Foge dessa realidade,
sê honesta e te persuade
destes paternos conselhos:
co'um pouco de Deus e amor
jamais hás de ter pavor
de mirar-te em teus espelhos!

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