Mulher Mãe e Futura Avó - 2009
Efigenia Coutinho
Eu vou vendo na face da terra muitos animais errabundos, são
aves, peixes, quadrúpedes. Vejo o bailado das andorinhas fenderem o céu
atravessando o Oceano infinito. E vi o alcião nunca repousar as asas cansadas,
suspensas sempre entre o azul do céu e o azul do grande mar.Sei também que os
peixes passam dum a outro mar, e que as baleias viajam dum a outro pólo. Mas
nenhuma espécie destas, vive uma vida como nós os seres humanos.
Talvez eu tenha ânsia em procurar para minha vida, um sentido mais alegre, como se eu fosse um peixe, pois procuro mais a fonte que a terra, e onde ela esta se não se espelha na onda, afigura-se que está morta toda a natureza humana. Procuro a água, amiga minha, ao pé das geleiras, onde gota a gota,estilando entre os granitos, vai beijando os macios musgos e miosótis azuis. Murmuram, ou antes balbuciavam aquela água palreira, como os sons duma criança que aprende a falar. Provei desta água, e achei-a doce como mel, continuei minha busca, desci da geleira pela encosta dos montes, e arroios, regatos e torrentes me encantavam as alegrias da água criança tornada menina. Bebi sedenta daquela água, e achei-a mais doce ainda. Os regatos e as torrentes desciam sempre,desciam todos, procurando no leito dos rios, não sei dizer o que, talvez o puro Amor, para o qual correm com ânsia fadigosa todas as criaturas vivas. Continuei a descer os rios, que correm um após outros com fúria crescente. Provei todas essas águas, e eram sempre adocicadas. A água criança havia-se tornado menina, e depois uma mulher, e um tempo depois uma MÃE. Todas essas águas são doces, porque são lágrimas espremidas dos olhos duma mulher Mãe, das que Amam e são Amadas, das que bendizem ao bom Deus pela vida vivida. E regatos palreiros, e torrentes ruidosas, e rios murmurantes desta vida, tem pouca água, visto como as alegrias duma Mãe que vai vendo a vida nascendo noutro ser, e o poder sublimado de Deus em ser Avó.
Balneário Camboriú - 2009
Efigênia Poeta-Mãe-Avó Eugénio de Sá ( resposta à poeta e amiga ) É ness' hídrica essência que te inspiras No manancial que te energiza a vida E te enche da poesia que respiras Ah Poeta, Mãe, Avó, tu sabes bem Que uma vida se gesta envolvida Na água que protege e está pr'além Da que uma fonte generosa dá E nos mitiga a sede assim sorvida Com a doçura própria de Yemanjá E a tua prole ao partilhar-te os dias Mostra-te quanto tu lhes és querida Louvando as sedes que tu lhes sacias Portugal. |
Querida Efigenia,o amor irradia em luz em cada palavra escrita...Interação bela do poeta Eugênio de Sá...Obrigada por esse momento
ResponderExcluirAndando por sites e blogs de meus amigos literários, deparei-me com o trabalho desta escritora e poetisa, Efigênia Coutinho. Viajei em seus versos e poemas, admirei o seu trabalho feito com certeza com muito zelo e amor, com uma dedicação que só a maturidade nos presenteia, Efigênia nos brinda com seus poemas, alguns em parceria com outros autores, mas todos com uma profundidade erudita que nos encanta, por isso convido aos amigos e leitores a passear pelas palavras desta Poetisa.
ResponderExcluirMinha amiga espero que goste deste artigo, não poderia deixar de referencia um trabalho tão belo, que Deus ti ilumine sempre. Abraços confrades deste amigo.
Leia mais: http://www.escritor-leandro-campos-alves.com/news/efig%c3%aania-coutinho-/